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Sorologia Veterinária: o que é, como funciona e sua importância no diagnóstico animal

Lapavet
22/07/2025
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A sorologia veterinária é um exame laboratorial fundamental para o diagnóstico, prevenção e monitoramento de diversas doenças infecciosas em cães e gatos. Por meio da análise da presença de anticorpos ou antígenos no sangue, a sorologia permite identificar a exposição do animal a agentes patogênicos, avaliar a eficácia vacinal e acompanhar a saúde imunológica dos pets.

O que é sorologia na medicina veterinária?

A sorologia consiste em testes laboratoriais que detectam anticorpos (IgG, IgM) ou antígenos em amostras biológicas, como sangue ou soro, indicando a resposta imunológica do animal a infecções virais, bacterianas, parasitárias ou fúngicas. De acordo com especialistas, a sorologia é indispensável para diagnosticar doenças em que o agente infeccioso não pode ser facilmente isolado, sendo amplamente utilizada por médicos veterinários e laboratórios veterinários de diagnóstico.

Tipos de sorologia: qualitativa e quantitativa

Sorologia qualitativa

A sorologia qualitativa indica se anticorpos ou antígenos específicos estão presentes ou ausentes na amostra, com resultados geralmente expressos como “positivo” ou “negativo”. É usada para confirmar a exposição do animal a agentes infecciosos.

Exemplos de uso:

  • Diagnóstico de FIV e FeLV em gatos
  • Testes para cinomose, parvovirose e leptospirose em cães

Estudos demonstram que a testagem sorológica precoce, mesmo em animais assintomáticos, é essencial para o manejo adequado das doenças.

Sorologia quantitativa

Já a sorologia quantitativa mede a concentração de anticorpos, fornecendo valores numéricos que indicam o nível de imunidade do animal. Esse tipo de teste é crucial para:

  • Avaliar a resposta imunológica pós-vacinação
  • Atender exigências sanitárias internacionais para viagens
  • Monitorar a evolução clínica do paciente

Por exemplo, a titulação para raiva é obrigatória para viagens internacionais, exigindo níveis de anticorpos iguais ou superiores a 0,5 UI/mL.

Técnicas sorológicas utilizadas na medicina veterinária

Entre as técnicas mais confiáveis e amplamente utilizadas estão:

  • ELISA (ensaio imunoenzimático): indicado para o diagnóstico de giardíase, leishmaniose, FIV e FeLV.
  • Imunofluorescência (IFI ou IFD): usada principalmente na identificação de erliquiose, babesiose e toxoplasmose.
  • Western blot: método de alta especificidade, frequentemente utilizado para confirmação de FIV e FeLV.
  • Hemaglutinação indireta: aplicada no diagnóstico de toxoplasmose.
  • Aglutinação direta: empregada em testes rápidos e de campo para diferentes doenças.

A escolha da técnica ideal depende do agente infeccioso envolvido e do estágio da doença, garantindo resultados precisos e confiáveis.

Principais doenças diagnosticadas por sorologia veterinária

Giardíase em cães e gatos

A giardíase, causada pelo protozoário Giardia duodenalis, afeta o trato intestinal de cães e gatos, podendo causar diarreia, vômitos e perda de peso. A sorologia por ELISA e imunofluorescência é altamente sensível para detectar a doença, mesmo em casos subclínicos.

FIV e FeLV felinos

A Imunodeficiência Felina (FIV) e a Leucemia Felina (FeLV) são retrovírus que comprometem o sistema imunológico dos gatos. O diagnóstico sorológico precoce, com ELISA e Western blot, é fundamental para o manejo clínico e controle da disseminação dessas doenças.

Doenças transmitidas por carrapatos

Erliquiose, babesiose e anaplasmose são doenças hemoparasitárias comuns em cães, transmitidas principalmente pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. A sorologia, por ELISA e IFI, auxilia no diagnóstico e no acompanhamento do tratamento.

Cinomose canina

Doença viral altamente contagiosa, a cinomose afeta diversos sistemas orgânicos do cão. A sorologia, por ELISA e imunofluorescência, é uma ferramenta importante para o diagnóstico e monitoramento da doença.

Sorologia para viagens internacionais: requisitos e importância

Exigências sanitárias para viagens

Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), o animal deve apresentar título mínimo de anticorpos contra raiva igual ou superior a 0,5 UI/mL, comprovado por exame sorológico quantitativo.

O exame deve ser realizado:

  • Após pelo menos 30 dias da vacinação antirrábica
  • Em laboratórios credenciados e reconhecidos internacionalmente
  • Preferencialmente entre 30 e 180 dias após a vacina

Por que a sorologia é indispensável para viagens?

A vacinação antirrábica, embora obrigatória, não garante imunidade imediata ou completa. O exame sorológico comprova que o pet desenvolveu anticorpos suficientes para proteção, evitando quarentenas longas e garantindo o bem-estar do animal.

Como é realizado o exame?

O exame utiliza amostras sanguíneas para medir anticorpos neutralizantes por técnicas como RFFIT ou ELISA quantitativo. Caso o título esteja abaixo do exigido, recomenda-se revacinação e nova coleta.

Planejamento é fundamental

Veterinários e tutores devem planejar a vacinação e a sorologia com antecedência, idealmente entre 1 a 3 meses antes da viagem, garantindo a documentação necessária para o trânsito internacional.

Boas práticas para coleta e armazenamento das amostras

Para garantir a qualidade dos resultados sorológicos, recomenda-se:

  • Utilizar tubos secos ou com gel separador
  • Armazenar as amostras entre 2 °C e 8 °C por até 5 dias, ou congelar a -20 °C para períodos maiores
  • Evitar hemólise e lipemia
  • Considerar o período janela imunológica de 7 a 21 dias após exposição ao antígeno

Conclusão

A sorologia veterinária é uma ferramenta imprescindível para o diagnóstico preciso e o manejo eficaz de doenças infecciosas em cães e gatos. Além disso, a sorologia quantitativa é indispensável para atender exigências sanitárias internacionais em viagens de pets. A escolha correta das técnicas e o suporte de laboratórios especializados garantem resultados confiáveis que fazem a diferença na saúde e no bem-estar dos animais.

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